hoje é amargo. houve dias assim antes. apagava a luz e via. blocos de gelo com sinais vermelhos. a piscar na escuridão indesmentível. houve dias eternos. dias gigantes e efémeros. e dias inutéis. quando me escreveste. há muito tempo atrás. eu não sabia ler. dezembro era uma miragem. do pico do verão. o luar de agosto chorava. no céu branco do amor. abrir uma carta era um fôlego de reposteiro. deixar o sol entrar. no idioma enclausurado. dentro do coração. a noite era um livro indecifrável. tinteiro entornado a verter estrelas. nos pôros do papel. e só o lume traduz. a caligrafia da pele.
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(fotografia de francisco cardoso)
5 comentários:
droga....perdoa-me...
__________mas que raio!
Li... por favor.
desliga.
não ligues a quem só pode querer que te afastes....
que coisa!
deve ser pela tua escrita GLORIOSA!
_____________
beijo.te.
Saudades...
Tinha desta magia que sabes fazer.
Bom que estajas aqui e te tenha redescoberto em especial hoje.
Frágil... já vinha.
Essa carta de amor a arder fez-me quebrar.
Isabel
Viva viva Viva....
força. gloriosa. a Tua.
é assim mesmo!
beijo.
"E só o lume traduz a caligrafia da pele"... Vou guardar! :-)
saudades, por isso entre um gole de café meu e outro, aqui estou.
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