2006-10-06
parabéns, alberto
foi no desmaio de maio que ele começou a fazer o amor. com a lua grávida e as mãos cheias de ternura. assomou à porta descalço. os dedos em órbita denunciando a vertigem. o olhar pesado junto à calvície do esperma. um milhafre algemado nas veias. um pergaminho enrolado ao pulso.
ela chegou no fim do poema. ele disse morria nas vírgulas do teu cabelo. ela não ouviu o resto. pensou que era o vento. costuma morrer na pontuação. mas não era. ele arrumou as palmas nas calças e saiu. não a viu. anoitecia-lhe já o corpo. cinco meses. e um dia. depois. amanheceu.
*
(fotografia de augusto peixoto)
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14 comentários:
Hoje a Paula abriu os olhos...não sabemos ainda se amanheceu para ela...talvez julgue que ainda é tarde...talvez ainda não se aperceba, que a vida hoje, amanheceu para ela...
Só te vim dar um beijo.
E deixar os meus votos de amanheceres plenos. De vida.
Obrigada pelo teu imenso carinho, pelo teu imenso abraço.
Van
_____BOM__FIM DE__SEMANA!
_____LET__THE__SUN__SHINE
______IN___YOUR___SMILE___
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lindo, parabéns :)
Meu Deus alice que lindo... que a tua vida continue repleta de belos amanheceres... que continues com a beleza que te vem de dentro fazer nascer amanheceres dentro de quem te vem ler...
Eu que hoje já tinha nascido, agora ao entardecer amanheço...
obrigada pela luz querida Alice...
Isabel
não tem de pedir desculpa. Eu é que tenho de não ter tempo para actualizar o meu blog. De resto é sempre bem vinda.
Já agora, esses parabéns também podem ser para mim? Hoje sou pequenino também.
beijos
Nuno
[ A imagem do meu ambiente de trabalho... :) ]
Quanto às palavras, sempre bem escritas.
Beijinhos*
obrigado pela tua compreensão mágico-poética do meu comentário lá no NU SINGULAR. Gostaria de acrescentar que uma equação é uma coisa muito útil: se eu quiser saber quantos passos darei da Boa
Vista até a Foz não preciso sair contando igual um maluquinho. Basta eu saber o tamanho do meu passo e quantos metros tem a célebre avenida do Porto.
número de passos = comprimento da avenida/tamanho do meu passo.
(isto é para afastar os leitores do teu blog, mas adoro que você me visite!)
Parabéns Alice...pelo texto de parabéns ao Alberto.
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sem idade.
beijo.
Obrigada pelo fluxo de vida!
Por estares comigo e com ela.
:) Ha milagres!
Obrigada, querida Alice, do fundo do meu coração!
Van
"... ela chegou no fim do poema... "
... ele sabia que era sempre assim mas desculpava-a. de resto, que interessava que ela não lhe lesse a alma revestida de palavras a preto & branco? afastou para o lado o banco do piano e deixou-a sentar-se nas suas pernas; e não era também essa uma imagem recheada de poesia? o pinao continuava a tocar... sózinho.
beijos muitos.
o texto é ligeiramente confuso mas muito interessante pela novidade das metáforas.
beijinhos da leonoreta
Para mim as tuas palavras são gravuras. Desenhos com letras. Fascinante.
Sempre que passo por aqui, sei que vou encontrar beleza, beleza na forma como escreves, beleza em cada uma das palavras que de ti desabrocham, como uma flor em cada alvorecer...
beijos e votos de uma boa semana
Não sei porque teimas em me dar adjectivos incompreensiveis. Sou nada. Sou apenas um coração permeavel aos momentos, permeavel à dor dos outros, permeável. Sou apenas uma esponja de sentires, um olhar que absorve, um querer que nunca se esgota.Também chuchei no dedo. Tambem quis reter o mundo entre os meus dedos, mas foi ele, esse meu mundo, que me reteve, neste coração permeável.
Hoje estou fragil, minha querida e sinto uma saudade imensa do meu pai...hoje não me bastam as fotos, não me basta a música, não me basta saber e sentir que ele existiu. Hoje estou fragil, com os pés no chão e ponho em causa, este coração, que me ditou os passos com que escrevi destino...
Adoro.te..Li.Beijo.
Van
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