2006-12-05

os seios de adélia



a partir de hoje vou relatar os casos mais pertinentes deste consultório. ao abrigo da ética deontológica. todos os nomes apresentados. são pouco ou nada ficcionados. a primeira paciente de que irei falar. não convive bem com a ternura dos seus quarenta e poucos anos de idade. é uma mulher casada mas o seu problema não é o marido. é o amante. logo na primeira consulta fez questão de me mostrar o peito. como é que possível, doutora? ele só me quer por causa das mamas. eu faço tudo tudo tudo e nada adianta. é uma fixação doentia, não acha? vamos por partes, adélia. quando diz que faz tudo refere-se exactamente a quê? a última vez que saí com ele. quando estávamos a jantar. levantei-me e fui ao toilette tirar a tanguinha. quando voltei a sentar-me. entreguei-lha por baixo da mesa. foi muito embaraçoso. mas isso é fantástico. adélia. dou-lhe os meus parabéns. e qual foi a reacção dele a uma iniciativa tão arrojada? pediu-me que desapertasse os botões da blusa. para comer o meu decote com os olhos. mas isso é muito positivo, adélia. estabeleceram um jogo de sedução. como é que acabou a noite? eu que até tinha nojo, doutora, fiz-lhe sexo oral. diga-me uma coisa, adélia. quando está a praticar o felatio, entala bem a língua entre a glande e o prepúcio?


*

(fotografia de jacek pomykalski)

5 comentários:

francisco carvalho disse...

De facto, espectacular. Pouca gente é capaz de escrever assim, querida Alice, há muito que te queria dizer isso. Tenho adiado dizê-lo, porque sinto em permanência a falta de aqui vir com mais tempo, com mais vagar. Demorar-me atentamente, com justeza e com justiça, a saborear as tuas palavras.

Beijos.

Misantrofiado disse...

Eu... vibro com o que escreves. É precisamente nesta altura que te sinto a sorrir ao "puppet master". Gostaria de escrever muitos dos meus esticões nos cordeis... mas não posso, não posso mesmo.

Alberto Oliveira disse...

«Claro que sim doutora!... mas nada feito. Ele só tem olhos para os bicos dos meus seios... e porque os meus movimentos não permitiam deles uma visão ampla e continuada, ordenou-me que parasse, me levantasse e despisse o camiseiro roxo e transparente. Procurou manter a serenidade mas os olhos trairam-no quando tirei o soutien (preto e de corações tão vermelhos e vivos como deve ser a cor do meu sangue que me corre pelo corpo)e ficou tão pálido que me assustei deveras... com receio que lhe désse alguma coisa má. Como aconteceu com o senhor doutor Rogério, lembra-se de lhe ter contado? Muito boa pessoa, uma posição financeira muito, muito interessante e que me queria proteger a todo o custo. Ainda me chegou a oferecer umas roupinhas da Maria Gambina mas... aquela noite foi demais para a sua máquina já tão gasta. E saiba a doutora que esse gostava de mim por inteiro... Agora este... é só esta atracção pelas minhas mamas. Veja bem doutora. Acha mesmo que elas merecem tanta atenção? É verdade que ainda têm a consistência de dois frutos frescos e apetitosos e de textura bem aveludada. E os mamilos... sim pode tocá-los, douto... ra. O que a doutora faz... com esses dedos... sim, continue... não páre...


beijos muitos.

alice disse...

querido alberto. habitualmente não respondo aos comentários. mas como ainda não parei de me rir. tive de deixar aqui uma gargalhada sonora. bem legível. obrigada de coração *

Luís Filipe C.T.Coutinho disse...

escrevo... risco por cima... escrevo outra vez... volto a riscar...

Onde encontro palavras para descrever tamanho festim?


beijos