2006-08-18

assim me aconteces



no primeiro dia sem ti
o luar grita, meu amor
deste lado mais branco
ouve-se o canto virgem
dos livros por escrever
sabes que te deito e velo
todas as noites te adormeço
perto das palavras puras
quantas voltas tem o mundo
quando o sono te abraça?
onde estás pontuado na
vírgula do sonho que te leva?
como perdoar a literatura
por te aprisionar num poema?
diz-me que há algodão
dentro das estrelas
dá-me a tua mão nuvem


*

(fotografia de augusto peixoto)

12 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

núvem..............








boa!













beijo.

Alberto Oliveira disse...

Nunca lhe tinham feito tal pergunta -e tantas vezes o tinham questionado e outras tantas, Custódio se tinha safado brilhantemente com respostas que nem sabia onde tinha ido arranjar tais conhecimentos. Mas esta era de dificuldade extrema. Desta vez, nem lhe estava a valer ser conhecido como "sujeito que andava sempre de cabeça nas nuvens". Por azar -congeminando sobre o assunto, distraido, bateu com a cabeça num poste de iluminação. Ficou a ver "estrelas". Num ápice, deitou a mão uma delas e tateou no seu interior. Ná. Nicles de algodão. Apenas pó prateado e muita luz. Tanta, que lhe deu uma imensa vontade de escrever uma quadra. Que ficou assim

há estrelas no teu olhar
teus lábios são um poema;
se me queres aprisionar
coragem, não tenhas pena.



beijos imensos.

isabel mendes ferreira disse...

boa noite ou madrugada....não sei bem....



boa noite tb ao Legível....



_______________alguém me diz o que se passa por cima deste céu?



beijos.

Alberto Oliveira disse...

Mendes Ferreira:
Retribuo as boas-noites que neste momento são manhãs.
Também me questiono de igual modo...

Janelas da Alma disse...

Querida Alice,

Que saudades!...
Desapareceste, e não se conseguia deixar um comentário!...Depois fui de férias, e só agora consegui encontrar-te de novo.
Beijinhos no coração,

Nuno Osvaldo

Anónimo disse...

Alice, que bom que estás aqui!!! Fico feliz de encontrar sua casa de portas abertas e como sempre com boa poesia. Teve dias, que tentei acessar seu endereço e não consegui. Pensei que tinhas realmente sumido aqui das terras virtuais. Montanhoso Abraço das Minas Gerais, Diovvani.

kikas disse...

Fico contente por teres voltado a estes caminhos, mas se encontrares pedras neles, da-lhes um pontapé e passa á frente.
Jinho

Joaquim Amândio Santos disse...

prende-me a imagem de um céu
carregado de névoa.

antes do azul celeste,
levo o meu sonho
em busca das nuvens.

por lá passo a língua
do meu contentamento.
apaixona-me sempre
o gozo que me dá o algodão doce...

Light disse...

nao sei pq mas da ultima vez que me deixaste coment,percebi que tinhas deixado de "amar palavras", mas agora consto que continuas....e eu que gosto tanto de te ler...

percebi mal?

Anónimo disse...

Linda. A poesia...e a borboleta!

Rui disse...

Farrapo de vida, com o céu em fundo. Água que nos vai dar vida.

Anónimo disse...

Querida Alice, havia perdido o acesso ao seu blog, desde que ele mudou de endereço. Encontrei-a novamente, hoje, através de um link no blog da Cláudia. Que bom ter reencontrado o acesso à sua poesia. Este poema "assim me aconteces" é de uma beleza que chega a doer. Beijos.