*
*
o teu corpo grita. cada osso um homem que te amou. arqueias os pés e foge o ar da boca. quase mata. um velório. eis o que retratas. os teus ombros no chão. a cidade a ver tudo. olha. a música entoa os teus passos. ouve o eco. os ossos. os homens. salta. tens a morte nos braços e não podes. a cidade escuta. tantos vermes. o teu pescoço uma estrada. quase uma rainha. quase nada. e as tuas mãos que não param. o ar que não mata. só foge. o homem que não ama. o ego que não cai. o teu pescoço é o caminho dos vermes em cima do palco. enquanto a música te sacode as ancas, a cidade vê borboletas e bate palmas. a voz que salteia os passos. quase rei. quase fada. e um beijo na boca. no homem que não ama. cai o eco. fica o teu retrato.
*
*
a quem representa fora do palco
17 comentários:
A quem não vive, fora do palco.
beijo de bom dia, Ali!
Van
Alice, é sempre bom passar por aqui e dar bom dia para a poesia. Abraço,
Diovvani
:
o bailado dos anjos
.
assim o tango
da tua
voz
.
bjo
e
bom fim-de-semana
Ola
Fora do palco, a pausa, olhos de quem vê o que não acredita, algo que é magico e ao mesmo tempo mentira, luta para saber quem vai ganhar, alguem vai ganhar ?
Suas palavras hoje estão dançando, rodopiando, flutuando, bailando no ar, poesia com cheiro de algodão doce =]
Boa tarde e um otimo fim de semana pra tu.
:***
Aqui venho encontarr um texto tão intrigante.
Adorei
Beijos
Gostei do teu texto.
Mas ele é um bocado hermético.
Dará, em contrapartida, para se enquadrar em vários cenários.
Beijinhos.
SOBERBO
Incompreendidos...
Não nos sentiremos algumas vezes assim?
Beijinhos
Gostei muito..como sempre!
pega este abraço e o desejo de um bom fim de semana
Tu usas palavras fortes, o que torna o que escreves forte. Muitas vezes não escolho palavras assim, porque as vou guardando e sendo discreta, pois faz parte da minha maneira de ser.
Chego aqui e deparo-me com um modo de escreves singular. É taõ bom mantermos a nossa marca pessoal, a nossa identidade e tu estás de parabéns!
Obrigada por me acompanhares também!
:)
Fiquei estupfacta perante a beleza da imagem com a força das palavras... simplesmente lindooooo... Fica o retrato!
a tua escrita é sempre perturbante.
beijo
um bom fim-de-semana para ti.
Incontinências do desejo.
Encontrei-te… finalmente!!! Este teu espaço deslumbra… faz com que se levantem duvidas nos nossos seres… faz-nos pensar em nós, no que somos, no que fazemos (a nós e aos outros) … Gostei de te reencontrar… estive ausente tempo demais. Beijos!!!
UM beijo Alice
sempre sempre com muita arte essas Tuas palavras :)
Texto forte, intenso e tenso, minha linda. Você consegue manter a tensão nas linhas até o final. Alice, você tem o dom de oscilar entre o lirismo-suave e o lirismo-dor com leveza e maestria.
Muito bom, querida. Muito bom!
Beijos,
abraços sempre fortes,
Jana
... o meu retrato
tipo passe, passe, ladies first!
que o meu retrato não tem pressa
é um facto que o meu retrato
tem uma cor algo amarelada
de tantas primaveras da vida
que passaram sobre a película
revelada no fotógrafo de bairro.
no meu retrato já não se destingue claramente
a fome de viver que os meus olhos transmitiam
nem a marca carmim ligeiramente ao lado da boca
do primeiro beijo desajeitado que trocámos.
no meu retrato muito pouco resta de mim;
é um retrato que cumpriu um caminho e chega ao fim.
NOTA: agora vê lá se não fazes aquelas perguntas do costume género:
"vais acabar o blog?" ou "estás para morrer?" eheheheheheheh
beijos e até um dia destes.
Enviar um comentário