2006-12-23

silêncio











(fotografia de autor desconhecido)

16 comentários:

pn disse...

chama
a noite
chama

luz
na noite
chama

silêncio
a chama
chama


(ps: quem é a cantadeira?)

Non disse...

Quebro o silêncio com votos sinceros de um Bom Natal e um Ano Novo rico em sucesso e alegria

Bjs

M

Micas disse...

Minha querida, hoje recebi uma prenda de natal que fez o meu dia, a tua visita. Obrigada linda, para mim, estas são as verdadeiras prendas de natal.
Deixo-te um beijinho cheio de carinho com votos de um Natal pleno de amor e paz para ti e todos os teus. Que 2007 te traga tudo o que mais desejares.
Beijos

isabel mendes ferreira disse...

e silenciosamente deixo um beijo. como se uma flor fosse.

branca.

Maria disse...

Esta é a forma mais bonita de homenagearmos quem queremos e de meditar nesta data... pelo Mundo!.

Um abraço e fica bem

Amaral disse...

Pouco precisamos mais!...
Olhos fechados, no silêncio de tudo o que rodeia, apenas com a melodia a fazer parte de nós, numa união única, calma, serena...
O silêncio e a concentração despreocupada enche-nos de paz!
O cântico suave sai e entra, flui dentro do silêncio que é a essência e aninha-se na unidade do ser, proporcionando-nos um bem-estar que quase não sabemos explicar...

Anónimo disse...

ali

ali
se

se alice
ali se visse
quanto alice viu
e não disse

se ali
ali se dissesse
quanta palavra
veio e não desce

ali
bem ali
dentro da alice
só alice
com alice
ali se parece


poema de Paulo Leminsky

Medusa Azul (Zuli) disse...

:)

isabel mendes ferreira disse...

quero lá saber do silêncio.
hoje. :)))))


beijos beijos beijos.


pronto(S)

Art&Tal disse...

no silencio

só o chocolate ...

o das lembranças perdidas.

Melga do Porto disse...

Silêncio!
Já tive o silêncio como assustador.
Já tive o silêncio como confessor.
Já tive o silêncio como algo que não tinha.
Hoje tenho o silêncio como o lugar onde vivi momentos maravilhosos!
Mas o que é o silêncio?
Sem dúvida que ausência de som não é!

*Um espectacular 2007, com muitos “silêncios”

amigona avó e a neta princesa disse...

Beijo... Boas Festas...

Anónimo disse...

DIA DE NATAL

Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.


É dia de pensar nos outros. coitadinhos. nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.


Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.


De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.


Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.


Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.


A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra. louvado seja o Senhor!. o que nunca tinha pensado comprado.


Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.


Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.


Ah!!!!!!!!!!


Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.


Jesus,
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.


Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.
Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.


Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.

António Gedeão

alice disse...

agradeço a todos as mensagens deixadas durante estes dias festivos. tenho a noção que falhei no envio de votos natalícios a algumas pessoas que me visitaram e apresento aqui as minhas sinceras desculpas. melguinha, gostava de te pedir o teu mail por favor. um grande beijinho a todos.

Anónimo disse...

Amiguinha e doce Alice, não foi por me esquecer de ti, pessoas especiais estão sempre presente em mim,

foi mais a minha saúde que não consigo estar muito tempo no Pc


quero muito que este Natal tenha vindo com a doçura das palavras,

a felicidade que mereces sempre.

que os teus desejos se concretizem


eu abraço-te ternamente doce amiguinha e vai até ti um beijinho muito doce


adoro-te bela Poeta


lena

Anónimo disse...

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.

Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

Vinícius de Moraes