2006-09-06

paixão sofrida



Algo renasce e morre ao mesmo tempo, tudo com medo de poder ser desviante e de forma perigosa, alento de desespero que transtorna qualquer ser, é o máximo de sofrimento. O luto está instaurado neste turbilhão de sentimentos que merecem ser esquecidos. Tristes dias estes sem esperanças à vista, está tudo muito escuro, cinzento, apetece desaparecer para outra pessoa ou outro mundo… estou encharcada deste, nada me alegra, apenas aquele sorriso lindo e ternurento que me preenche. Que crise existencial, e nem falando nem agindo, nem nem nem nem é um pequeno enorme desentendimento com o meu eu. Quando isto terminará. Desde há alguns anitos que estes problemas têm feito, será o espelho que está todo estilhaçado? é horrível sentirmo-nos tão pequeninos quase inexistentes. Apenas a pele que se demonstra no exterior é que se tenta colocar a máscara para sobreviver nesta selva onde ninguém ninguém… ao fundo do túnel. ..estará a ser um mar vazio?
Porque não me vês, não me dizes algo, ignoras-me, não queres nada comigo, estou a persistir demasiado o que queres de mim, nada rigorosamente nada, então porque dás e depois tiras? Estás a montar um puzzle com os meus sentimentos é apenas um acto de charme para ver se me destróis e agora que faço diz-me…tens algo para me dizer ou apenas queres… não sei passar o tempo…Não tem nada a ver comigo…mas deixa, isto passa, não te preocupes, tudo passa, é uma questão de tempo, logo a seguir aparece algo para distrair a cabeça. OK? E nem um telefonema, nada rigorosamente, o silncio que paira no ar, será que irá enviar-me uma mensagem, não acredito.
Todos os dias tinha a esperança de algo acontecer, sonhava ontem nem consegui adormecer, estava bastante nervosa pois pensava que irias hoje reagir, mas infelizmente foi tudo em vão, porque me fazes isto, não sentes o mesmo, será que és assim tão bem formado que me envias uma sms para pedir desculpa simplesmente porque não tiveste tempo para mim.
E hoje como irás reagir, e eu irei ficar impávida e serena como se nada tivesse se passado.
Apenas o desprezo e a indiferença…estou farta dessas indiferenças, apetecia-me dizer que estou a sentir, era como se algo de mais profundo podia acontecer, afinal…
Mas não seria bom demais para mim, não é? Nunca irei ter esse privilégio, alguém sentir o mesmo ao mesmo tempo que eu.
Mas porquê? A mim acontece este tipo de coisas não dá para acreditar.
Só grandes desgostos, só grandes lutos, numa solidão que me atormenta a vida. As realizações estão aquém do esperado, o que desejava para mim, o que ambicionava nada …
Cheguei ao ponto de andar por arrasto, passo um dia de cada vez, por arrasto, e pedir a Deus que amanhã seja melhor. Que possa rir de felicidade nem que seja por momentos... Ou ter algumas realizações por momentos.
Aqui estou, no meu local de trabalho, à espera que o tempo passe para novamente meter-me no carro rumo a casa. É uma miséria de vida…tenho algo que me preenche, mas tendo estas ondas negativas que me invadem, já nem consigo ser ou ter capacidade para fazer alguém feliz.
Tirem-me deste filme… já chega…
tenho que o ultrapassar.
A inutilidade do ser o que faço aqui perdida sem saber a direcção correcta, o que queres da vida?


*

(texto de marília, quadro de júlio pomar)

*

"... junto te envio dois textos que gostaria muito que publicasses no teu blog e colocasses uma imagem..."

é para mim um honra publicar estes dois textos, obrigada amiga pela distinção, fico-te ternamente reconhecida, um grande beijinho para ti

5 comentários:

Alberto Oliveira disse...

Gosto de saber que o teu blog continua vivo... embora sem as tuas letras.

Beijos muitos.

Anónimo disse...

Parabens Alice, pelas novidades literárias por aqui. Abraço das MOntanhas Gerais.

manhã disse...

A tristeza é como a alegria, passa...

Anónimo disse...

Triste...

porfirio disse...

boa-noite alice

texto interessante o da marília
mas
tenho sede do teu versejar!

bjos



ps: e quando quiseres
põe uma «granada-piéce-fleur»
na caixa do tuga para
lhe dar luz!