2006-07-15

agradeço este poema

(fotografia de paula neves)
*
*
a alice mora aqui
faceira e redondinha
vai para a fonte velha
à água cantarinha.

não parte a bilha, não
nem vai cedo, ligeira,
caminha devagar
e vai namoradeira.

no meio do caminho
encontra um fauno jovem;
de pã a flauta encanta
e as cotovias fogem.

a tarde vai caindo
na flora clara e virgem
com a luz espreitando
na noite de salsugem

quando raia o dia
o fauno se despede
do corpo oferecido
e que a ramagem pede.

a alice que mora aqui
vem de (*)
se vem do rio (**)
vem com sabor a mel

atentem nesta história
pode ser verdadeira
se tiverem memória
que vela a vida inteira.

alice ou capuchinho
cada qual com o seu lobo;
fauno, juan, casanova
todas levam seu cobro.

no país das maravilhas
assim vai, vem, alice
com a bilha sem água
mas rosto de felice.

e por aqui me fico
já basta tanta trova
não vá alguém pensar
que sou uma águia brava.

autor: José Félix

*

(*) omissão do nome da cidade do texto original
(**) omissão do nome do rio do texto original

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